sexta-feira, 21 de maio de 2010

FILOSOFIA CLÍNICA

por Pablo Mendes

                 A Filosofia Clínica é uma terapia filosófica. Trata-se da utilização da filosofia e de seus elementos constituintes tais como ética, lógica, epistemologia, fenomenologia, cognição, analítica da linguagem e outros no contexto terapêutico, e ainda apoiada em sua bagagem de mais de 2500 anos de tradição acerca da dimensão humana. Esse trabalho se dá através de um filósofo clínico qualificado, no trato com um cliente ou grupo, em um processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender as necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. Na filosofia clínica, para a realização do trabalho terapêutico tanto individual como em grupo se utiliza de diversas perpectivas conforme a necessidade e contexto. Por exemplo, conforme o caso pode se utilizar da perspectiva lúdica, estética e somática através do trabalho com músicas (explorando rítmos, letras e melodias, harmonias), manejos com argilas (explorando a representação simbólica, social e artística através do processo e das esculturas resultantes), tintas (explorando a expressão através do processo e resultado das pinturas realizadas pelo grupo ou indivíduo), giz de cera e papel etc. Em outras palavras, a filosofia clínica "direciona e elabora, a partir da metodologia filosófica, procedimentos de diagnose e tratamento endereçados a questões existenciais encontradas em diversos contextos como hospitais, clínicas, escolas, ambulatórios, empresas e famílias.
            Em outras palavras, a filosofia clínica é um processo terapêutico que através do acolhimento, da escuta atenta, do diálogo busca jutamente com a pessoa ou grupo em que trabalha, proporcionar bem estar subjetivo e existencial. O atendimento pode ocorrer em consultório através de seções agendadas previamente ou em outras espaços qualificados conforme necessidade e aplicação de cada caso.

Um comentário:

  1. Sou medico cardiologista e intensivista. Meu colega esta fazendo psicanálise ja ha 10 anos. Sempre que converso com ele fico com a impressão de que se ele fizesse um trabalho terapeutico voltado para entender o futuro, ou seja, para se definir de modo mais pragmático quanto à sua missão e seus objetivos e, a partir daí fazer escolhas que dessem concretude ao seu dia-a-dia. Ate acho que isso não exclui o antidepressivos, nem a psicanálise. E, pensando assim, a filosofia clínica é uma boa opção?

    ResponderExcluir